No princípio, o homem observava o fogo espontâneo e eventual na natureza. Com o passar do tempo, percebeu sua utilidade e perigo. As chamas que iluminam e aquecem, também destroem e matam. Demorou muito para que a humanidade alcançasse o DOMÍNIO sobre o fogo, de modo que pudesse acendê-lo, mantê-lo acesso e apagá-lo quando quisesse. Embora sejamos capazes de fazer tudo isso há milênios, o risco nunca deixou de existir. Ainda hoje, a VIGILÂNCIA é necessária para que se evitem incêndios fatais. O fogo em nossas casas será algo bom ou mau? Isto será definido apenas por uma coisa: CONTROLE. A bíblia usa o fogo como ilustração para muitos ensinamentos. Um deles refere-se à LÍNGUA:
“Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno” (Tg.3.5-6).
As palavras podem ser como labaredas destruidoras. Por isso, não devemos falar levianamente, quer seja o bem ou o mal. Ameaças, críticas, elogios, insultos, promessas, fofocas ou mesmo declarações de amor podem desencadear processos de consequências imprevisíveis. Portanto, é importante refletir antes de acender a chama.
Depois, pode ser tarde demais. O DESEJO SEXUAL também é comparado ao fogo: “Porventura tomará alguém fogo no seu seio, sem que suas vestes se queimem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés? Assim será o que possuir a mulher do seu próximo; não será inocente todo aquele que a tocar” (Pv.6.27-29). A mesma analogia pode ser observada nas palavras de Paulo: “É melhor casar do que abrasar-se” (1Co.7.9).
Nota-se, portanto, o perigo que envolve a questão sexual fora do matrimônio. O controle é extremamente necessário, mas sua eficácia é maior quando colocado em prática antes do “aquecimento” físico e emocional. Davi não controlou seus impulsos em relação a Bateseba antes de possuí-la. Depois, apesar de todo o seu poder e autoridade real, não conseguiu impedir as consequências do adultério cometido.
Se queremos evitar o pecado, devemos, antes, se possível, evitar as tentações. É o que se encontra, por exemplo, no conselho de Salomão a respeito da prostituta: “Longe dela seja o teu caminho, e não te chegues à porta da sua casa” (Pv.5.8).
Para evitar o fogo, evite o combustível, o estímulo, que pode ser uma palavra, uma ligação, uma visita, uma mensagem, um abraço ou um beijo. A manipulação do fogo pode ser fácil ou impossível. Tudo depende do tamanho da chama e das providências tomadas em tempo hábil, antes que tudo seja reduzido a cinzas.