Quando João estava batizando no rio Jordão, os judeus lhe perguntaram: “Quem é você?” Ele não ficou inseguro nem deu respostas evasivas, mas respondeu com as palavras do profeta Isaías: “Eu sou a voz que clama no deserto”. Ele estava convicto de sua identidade. Vivemos tempos de insegurança e indefinição, mas precisamos ter convicções inabaláveis, as quais funcionam como alicerces das nossas vidas e ministérios. Não podemos ser uma “metamorfose ambulante”, do tipo que um dia é crente, outro dia é ímpio. Devemos assumir e afirmar nosso compromisso definitivo com Jesus. A identidade define a missão. A voz precisa clamar, anunciando o Evangelho. Fica bem clara também a consciência da limitação. A voz não vê, não anda, nem pega.
João não estava desorientado, tentando fazer mil coisas ao mesmo tempo. Suas convicções lhe davam propósito e foco. Ele sabia muito bem quem era, quem não era, e qual seria o seu trabalho. Ele disse: “Eu não sou o Cristo”. Não havia em João um desejo de se exaltar nem ir além da sua vocação. Dizia mais: “Eu batizo com água, mas Aquele que vem após mim vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3). Entre as convicções de João, a principal é que ele sabia muito bem quem era Jesus. Por isso declarou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Suas convicções vinham das Escrituras e do seu compromisso e relacionamento com Deus. Assim deve ser conosco. A Bíblia é a fonte das nossas convicções, e convicção é fé.