Refletimos sobre a ideia cristã de “revestir-se de Cristo”, ou, antes, de “se vestir” como filho de Deus com o intuito de, no final, tornar-se um verdadeiro filho de Deus. O que gostaria de deixar claro é que esse não é somente um entre muitos trabalhos que um cristão tem a fazer; e não se trata de um tipo de exercício especial para uma classe superior. Isso é o cristianismo autêntico. O cristianismo não oferece mais nada além disso.
O caminho cristão é diferente: é mais difícil e, ao mesmo tempo, mais fácil. Cristo diz: “Entregue-me tudo. Não quero um pouco do seu tempo, um pouco do seu dinheiro e um pouco do seu trabalho; eu quero você. Não vim para atormentar o seu “eu” natural, mas para matá-lo. Meias medidas são inúteis. Não quero podar um ramo aqui e outro ali, quero é derrubar a árvore toda. Não quero drenar o dente, colocar uma coroa nele, ou obturá-lo; eu quero é arrancá-lo. Entregue todo o eu natural, todos os desejos que você considera inocentes, bem como aqueles que você considera maus — todo o aparato. Eu lhe darei em troca um novo eu. Na verdade, o que eu lhe darei é a mim mesmo; minha própria vontade se tornará a sua”.
Isso é ao mesmo tempo mais difícil e mais fácil do que o que todos nós tentamos fazer. Espero que você tenha percebido que Cristo muitas vezes descreve o caminho cristão como algo muito difícil, e outras vezes como algo bem fácil. Ele diz: “Tome a sua cruz” — em outras palavras, é como ser surrado até a morte num campo de concentração. No minuto seguinte ele diz: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve”. E ele está querendo dizer as duas coisas.