A realidade do Evangelho é, sem dúvida alguma, uma história de amor, superação, na qual Deus nos mostra que Ele é o Deus da segunda, terceira, quarta, quinta chance. E essa constatação se dá em todas as manhãs, nas quais as misericórdias Dele se renovam sobre as nossas vidas. Refletindo acerca do curso da nossa vida, podemos concluir que todos nós já nascemos morrendo. Um paradoxo. Verdade. O cronômetro de toda pessoa quando nasce passa a contar regressivamente. É um fato na nossa vida, mas, mesmo dentro dessa realidade, Deus mostra que, mesmo no ventre materno, Ele tem um plano preparado para cada um de nós, conforme o salmista Davi declarou: “Os Teus olhos me viram a substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda” (Salmos 139.16).
É verdade que, durante esta caminhada terrena que fazemos, com tantos afazeres e responsabilidades, pode acontecer que a tecla off seja acionada, fazendo com que nos esqueçamos de quem verdadeiramente somos, da nossa realidade. Você é bem mais do que um rosto bonito refletido no espelho. Bem mais do que essa pessoa “com a qual convive” desde a infância, quando então passou a entender melhor quem era e se conhecer. Da infância à adolescência e à fase adulta, foram feitas muitas descobertas, e uma delas é a que mais assusta algumas pessoas: a morte, a descoberta de que o coração um dia vai parar de bater. Mas, quando se conhece a Jesus, a grande e mais preciosa descoberta é a de que com Ele não há morte, mas vida, e vida eterna. O corpo que você pode ver e tocar acaba, entretanto, o que existe entre você e Deus vai além do que se deteriora. O que existe entre você e Deus jamais se acabará, jamais será corroído. Entre você e Deus há uma aliança real, um vínculo, uma ligação que jamais será quebrada, pois Ele declarou para Si mesmo que não desiste de você, e isso implica em cuidados.
O Senhor declarou para Si mesmo que cuidará de você enquanto viver. Que estará com os olhos abertos sobre você em todo o tempo. Essas declarações são promessas de Deus, as quais Ele cumpre e cumprirá, pois é sempre fiel. Deus decretou, fez um pacto, um laço, uma aliança conosco por meio de cada uma dessas declarações. Tudo isso é muito sério e valoroso; logo, a nossa vida cristã não pode ser firmada em cima de uma emoção – chorar, rir, sentir arrepios –, mas em cima da Verdade, da Palavra de Deus.
Se fizermos uma relação acerca das diferenças entre o Evangelho de Cristo e as outras religiões, veremos que ele não está “preocupado” com momentos ou em apresentar um bom desempenho. O Evangelho consiste numa vida inteira. E aquele que já entendeu isso percebe que esse viver é cercado por uma “redoma”, uma aliança, como o anel que o marido e a esposa carregam no dedo desde o momento em que se casam. Ele é o símbolo da união, e, mesmo que não esteja fisicamente no dedo por alguma circunstância, o compromisso feito um dia diante de Deus e dos homens não é desfeito pela ausência dele.
Assim é a aliança com o Senhor. Não temos o anel, mas temos muito mais, a Palavra do próprio Deus. Temos um pacto com Ele, o qual não será quebrado e muito menos desfeito. No capítulo 15, versículo 1, do livro de Gênesis, encontramos o registro da aliança que o Senhor fez com Abrão e que se estendeu a nós. Leia com atenção: “Depois destes acontecimentos, veio a palavra do Senhor a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, Eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande”. Deus disse a Abrão que Ele seria a proteção dele, como se fosse um arco, uma bolha.